quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Laço de um lado só






Amor unilateral, ponto sem nó pra fixar, laço de um lado só  que com pouco pode soltar, abraço sem calor, braços abertos sem se contrapor,  lembrança sem presença, espelho sem reflexo, palavras sem nexo,  peito ferido  por amar sozinho, coração acelerado, por um outro que nem em você está ligado.E quem fica do nosso lado?? O sonho solto, a amargura, a dor, a desventura. Coisa sem sentido, sem sussurros no ouvido, sem cheiros, sem paladar, sem mãos entrelaçadas, com olhos que olham para o nada.  Só uma certeza absoluta, que estas sozinha na luta, que sentes um grande vazio. E logo corre um arrepio, uma lágrima, uma tristeza. E como  chegou esse amor??? Ele chegou de mansinho, de leve, fez seu cantinho, aloujou-se onde estava vazio.Entrou assim de soslaio, sem sinais nem atrapalho, quando vi já estava no ninho.Não queria amor agora, não era essa a hora de ter nada de sentimento. Isso estava tão guardado quem acordou esse danado???? Sentimento atrapalhado páginas com linhas de um só lado. Volta amor, segue teu rumo, tu aqui não me farás bem. Eu quero ser de alguém;não amar com sofrimento. Quero amar rindo do nada., quero acordar de madrugada olhar  e ver alguém ao meu lado, bem juninho aconchegado. Não alguém imaginado, sentido, remontado, colando pedaços de dor, do vazio do calor, da ausência, da saudade do amor que não me aquece, amor que me esquece. Quero amor de açoites, daqueles de carinho, de pegada com jeitinho, que só quem ama sabe dar. Acordar de manhã cedo, olhar e vê-lo ao meu lado,  dar um abraço apertado, voltar a dormir e sonhar.Um dia eu chegou lá!. Tantas pessoas encontram porque não hei de encontrar??

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A saudade me fez gargalhar


 Ah! Essa saudade que insiste                     
Em visitar meu coração
Eu já falei para ela, eu já insisti tanto
Que as tristezas eu as deixo pelos cantos
 Não as carrego comigo não.
Sabe o que ela respondeu?
- Não existe apenas saudade triste
Tem aquelas que existem
Fazendo-nos recordar bons momentos.
E eu fiquei parada por um tempo
E chegaram em meu pensamento
Lembranças de velhos carnavais
Onde o meu riso era plural
Eu cantava sem parar
Corria pelo quintal
Nada me preocupava e eu vivia a sonhar.
Lembrando das brincadeiras
Eu era menina arteira
E vivia a aprontar.
Ah! Saudade danada, me fizeste gargalhar!!!!!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O vai e vem que nunca esqueceremos

No vai e vem da vida encontrei uma pessoa que me é muito querida. Ela foi muito importante nas boas histórias da minha vida.Entrou como quem não quer nada e foi tomando acento em meu coração. Quando vi estava apaixonada.Mas existia alguém em minha estrada. Alguém com quem me relacionava e que no fundo, para esta, eu não representava absolutamente nada. Eu era, apenas, mais uma namorada. Coitada, estava sendo enganada!!!Dessas de levar o chamado "bolo"aos sábados e domingos.Toda arrumada, ficava esperando-o e  depois caia na cama chorando até de madrugada.Não deu em  nada.Sem um pingo de juízo eu resolvi enfrentar o perigo e recebi à porta a visita daquele que pensava, seria somente meu amigo,mesmo sentindo que estava por ele perdidamente apaixonada..E para que ele não visse que eu estava acompanhada, fiquei na porta indo de um lado pra outro,  quase dançando lambada kkk. E nesse vai e vem  eu despencava  para um lado  e para o outro, tentando impedí-lo de ver que no sofá havia um moço. Cômica se não fosse trágica a cena apresentada. Senti vontade de atirar-me direto pela sacada, envergonhada, encabrunhada, vermelha da papelada, mas a sacada era gradeada, não ia adiantar de nada.Não era para ser assim. Era pra eu estar sozinha, sentada, linda e esperando ser cortejada pela pessoa que mostrava que por mim estava muito interessada. E a coisa foi seguindo.Acabei o namoro com o enrolão. Era começo de ano, haveria uma festa de Carnaval, não era prévia de nada, tipo Baile Municipal. Mais um desencontro total. Eu estava no clube e ele não me encontrava. Meu Deus, que coisa mais engraçada! Diziam-me: Ele está com a camisa do Náutico...(torcemos  pelo mesmo clube)...mas nada. Não pulamos o frevo e sai do clube de madrugada. Passaram-se muitos dias, meses e anos, mas sempre sem ao menos esperar ele aparecia por lá, como que por encanto, surgindo no meio do nada. Com seu riso de criança, alegria no coração e cheio de esperanças. Aquele tipo bem bonachão. Declarava-se a mim em frente às crianças, eu era professora na época. Os alunos vibravam a cada declaração  que escutavam ele recitar. E gritava a todo mundo:É com ela que estou a namorar!!!!!Ah! Eu queria voltar lá, naqueles tempos  idos, era tudo tão puro, tudo  fazia sentido. Só não achávamos jeitos de sermos bem entendidos. Tínhamos a plena certeza que éramos muito queridos. Ele por mim e eu pelo doidinho varrido.Lindo, encantador, olhar cativante, ator de primeira linha  e adorava atuar como brincante. Na minha casa entrava quando e como queria. Quando minha mãe o via enchia o rosto de alegria.O tempo passou, tomamos rumos diferentes mas eu não me esqueço dele, nem ele se esquece da gente.Foi um amor diferente, que perpetuou-se de uma forma persistente.Mesmo que eu esquecesse esse amor ele não esqueceria da gente.Hei! Menino grande que me conquistou!!! De mim sempre terás amor, sempre vou desejar que estejas bem! Soubemos sempre conjugar o verbo amar. Eu te amo, tu me amas e um dia, se Deus quiser, ainda iremos nos encontrar, daremos um abraço bem forte como aqueles de antigamente, lembraremos do passado,falaremos do presente, daremos boas risadas e seguiremos em frente, cada um com seu destino, com nossas vidas diferentes. Ah! Que saudade da gente!!!!!!!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Minha regra de vida

  Quero lutar para me fazer ser entendida. Não quero nada pela metade, no" compreendi mais ou menos". Eu quero o mais, o menos eu descarto, apago, deleto. Usei da ponderação, da aceitação impassível ao longo de parte da minha vida e restou-me, apenas, o que era muito e esse muito eu não quero estragar com jogo de palavras, de cobrança, de satisfações. Acredito que essa é uma posição que se eu já houvesse disponibilizado dela há anos atrás o quadro de minha vida estaria pintado com outra paisagem, com cores mais definidas. Não mudaria, como não mudei, minha essência. Essa mantenho-a imaculada. Quero amar sem reservas, odiar sem generalizar, perdoar sem querer ser a reencarnação de Madre Tereza. Quero perdoar com a certeza que não esquecerei o que me fez sofrer. Ser íntegra nas minhas atitudes, embora pague um preço caríssimo por ser assim. Vi e vejo meus sentimentos serem tratados de forma banal. Mas isso não me modifica. Me magoa mas não me destroi. Me reconstruo a cada derrocada, a cada queda levanto-me com mais vontade de caminhar, a despeito das dores no corpo,  das cicatrizes e dos sinais tatuados n'álma, provocados pelas quedas. Assim sou eu. Assim você me conheceu. Mantenho-me assim há longos 58 anos. Sei que não terei outros tantos para permanecer dessa maneira. Mais pra frente, certamente,talvez nem saiba  mais quem sou, mas enquanto a minha consciência se mantiver plena, nao direi intacta pois vez  por outra ela me falha, como ocorre com  qualquer pessoa que ultrapassou os 50, procurarei manter as coisas que me são caras. Não em termos materiais porque esses eu não dou valor. Digo das coisas sentimentais, espirituais, das que me fazem ser melhor, diferente de um monte de gente que vive para viver, seguindo regras e não se acrescendo do essêncial à vida: A qualidade de querer ser melhor. Pois eu quero isso! Quero estar conhecendo mais a essência do que as coisas, o cheiro das flores mais que o seu formato, cor e beleza visuais, certa que estou que um dia perderei a possibilidade de enxergá-las. Quando isso acontecer poderei remontar na memoria sua beleza valendo-me da memória olfativa, pelo simples recordar do seu odor. Assim farei com os sentimentos que nutro pelas pessoas. Guardarei-os como patrimônio pessoal e remontarei cada um deles ao lembrar-me do que a pessoa transmitiu em sentimento de amor e carinho para mim. Sua energia já impregnou meu cérebro e certamente o encontrarei, mesmo que a visão não esteja mais apurada, tantas e quantas vezes eu buscá-lo em meus pensamentos. Sempre terei a capacidade de remontá-lo sem mácula, sem defeitos, íntegro, pois é assim que eu armazeno aqueles que me foram e são caros, raros, únicos. Os defeitos são o de menos e esses eu ignoro, não registro. Simplesmente deleto!!!!!!